Cena
comum: uma mulher olha-se no espelho. Pára, aprecia,
arruma o cabelo, vira, olha de novo, vira, arruma o cinto,
coloca as mãos na cintura e diz irritada: “sua
gorda! Você não tem jeito mesmo!”
O que está errado?
Ocorre que temos, em nossa mente, uma parte “consciente”
e outra “subconsciente”. Controlamos a parte consciente.
Contudo, a maior parte do nosso “processamento”
acontece na parte subconsciente, que controla todas as funções
“automáticas” e atende cegamente a tudo
o que imaginamos na parte consciente. Isto é, quando
pensamos em alguma coisa “com vontade”, associando
emoções fortes ou frequentes a esses pensamentos,
nós estamos, na realidade, comandando o subconsciente
a transformar em realidade aquela idéia ou pensamento.
Em um processo normal de busca de metas temos uma primeira
fase que se caracteriza pela sensação de necessidade:
sentimos falta de alguma coisa, ou algo está diferente
do que gostaríamos. Surgem emoções ruins,
sentimentos de baixa auto-estima, etc. Porém, dessa
fase surge também a ativação do sonho
e uma pequena parte, inicial, da motivação para
mudanças. Temos a vontade de mudar alguma coisa, como
se tornar magra, no exemplo do espelho.
O problema é que a motivação para a mudança
completa necessária para atingir aquele sonho só
tem o seu começo, uma pequena parte, nessa fase. Mesmo
assim, visto que foi sentida “a necessidade de mudança”,
a grande maioria das pessoas acredita que manter-se em estado
de “auto-flagelo”, por exemplo, chamando-se de
gorda, incompetente, colocando fotos de pessoas obesas, ou
dela mesma, na porta da geladeira, etc, irá ser capaz
de gerar motivação para sair da zona de conforto
e realizar tudo o que será necessário para ter
sucesso naquela meta.
Como muitos já devem ter percebido, isso não
funciona. Por quê?
Primeiro, porque nossa “zona de conforto” é
como uma forte membrana elástica que nos envolve em
nossos hábitos e que exerce grande pressão para
retornarnos para o interior quando tentamos fazer algo novo,
ou de maneira diferente.
Todos nós, seres humanos, temos medo de mudanças.
Tendemos a ficar na nossa zona de conforto, mesmo quando as
mudanças são claramente positivas.
Essa “noção de zona de conforto”
é definida dentro do subconsciente e, até que
exista uma mudança nesse nível, ele fará
tudo para nos manter dentro dessa região de comportamento.
Assim, somos sabotados por nós mesmos na tentativa
de mudar. Já notou como inventamos as desculpas mais
inteligentes para justificar “não mudar”
ou “desistir” da mudança?
Segundo, porque usando apenas a motivação vinda
das necessidades, ou da emoção negativa, típicas
da fase inicial, sentimos apenas a vontade de mudar (convencemos
o nosso consciente), mas não a vontade de “continuar
a mudar” (não convencemos o nosso subconsciente).
Porém, essa é a maior parte do caminho para
o objetivo! É dessa motivação que conseguimos
extrair a persistência necessária para vencer
os inevitáveis desafios e nos manter na direção
do sucesso. Assim, apenas com a motivação rápida
da “vontade de mudar”, mas sem a motivação
longa necessária para “continuar a mudar”,
nosso subconsciente nos trará infalivelmente de volta
para a zona de conforto, e nenhuma mudança satisfatória
acontecerá.
Então, o que fazer para ter a motivação
de “continuar a mudar” e quebrar a barreira da
zona de conforto?
A resposta é simples:
• o subconsciente é quem opera todos os processamentos
longos e “automáticos” em sua mente,
inclusive a definição de sua zona de conforto;
• o seu consciente imprime metas no seu subconsciente
através de imagens de exemplo e palavras. O subconsciente
executa exatamente o que foi pensado, sem distinguir entre
ser aquilo bom ou ruim.
Portanto, toda vez que você pensa em alguma coisa com
emoção, ou fala, ou escreve frequentemente essa
mesma coisa, você está “imprimindo”
aquela coisa (objetivo) no seu subconsciente, que agora, a
cada segundo, durante dias, meses ou anos, passará
a buscar todas as maneiras de realizar exatamente aquilo que
você imaginou. Quando você olha no espelho, chama-se
de gorda, e repete isso milhares de vezes, a todo instante,
o resultado de longa duração é estar
imprimindo esse objetivo no seu subconsciente: transformá-la
em uma pessoa gorda! Justamente o contrário do que
você queria! Lembre-se, o subconsciente não distingue
se aquilo é bom ou ruim, só tenta realizar o
que você imagina.
Esse mesmo raciocínio explica porque é muito
bom orar e meditar!
Assim, ao invés de auto-flagelação, o
caminho para ter motivação constante e realizar
mudanças com sucesso é:
• Definir uma meta realista, com tempo definido, e
mensurável. No exemplo do espelho, por exemplo, defina
algo como: vou perder 2 quilos em 60 dias. Vou medir o meu
peso uma vez por semana.
• Definir um plano de ação realista.
Por exemplo: vou procurar um nutricionista, seguir uma dieta
e frequentar a academia 3 vezes por semana, isso em detrimento
de qualquer outra atividade.
• Visualize ardentemente a sua meta positiva, não
as necessidades (negativas) que a geraram. Fale, escreva,
represente, faça tudo para manter essa imagem de
sucesso, onde você já está vivendo o
seu sonho, em sua mente. Cole fotos de pessoas magras, ou
melhor ainda, de você mesmo, quando tinha o peso ideal,
na porta do refrigerador. Olhe no espelho e imagine sempre
uma pessoa linda.
Repita
para você mesmo, 50 vezes (sério): eu sou linda!
Você notará que, “como mágica”
você começará a caminhar na direção
dos seus objetivos e, a cada resultado positivo, terá
ainda mais ânimo de continuar! Portanto: cuidado com
suas palavras! Você sempre será o que você
pensa e diz de você, seja isso bom, ou ruim!
|